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Terceirização cresce no Brasil e impulsiona inovações para mitigação de riscos
Soluções para gestão de terceiros, como a criada pela Berkan IT, facilita o processo de validação e conferência de documentos. Advogado empresarial reforça que, mesmo quando terceirizado, um trabalhador é de responsabilidade da empresa em que atua
Desde que a terceirização de profissionais passou a ser liberada para atividades-fim – com a Lei 13.429/2017 e a Reforma Trabalhista - muitos negócios adotaram essa estratégia. Segundo o IBGE, 22% dos trabalhadores formais do país são terceirizados e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 80% das empresas brasileiras utilizam a terceirização em algum setor ou atividade.
A esse tipo de contratação, estima a CNI, são destinados, em média, 18,6% dos orçamentos das empresas. Mas o fato de haver maior flexibilidade nos postos de trabalho que podem ser ocupados por esse modelo não exime a empresa da corresponsabilidade que tem pelo trabalhador.
Enquanto casos de contratações irregulares vêm à tona, por conta da falta de controle de documentações legais, muitos negócios já estão de olho nas oportunidades de tecnologia para garantir a segurança na terceirização. Foi com vistas neste nicho que surgiu a Berkan IT, especializada no desenvolvimento de sistemas que facilitam a gestão de terceiros. A startup foi criada por auditores que perceberam um gap de soluções para este fim, enquanto o alto volume documental e as atualizações legais desafiavam os negócios.
“Para cada tipo de profissional existem documentos específicos que a empresa contratante, mesmo que de forma terceirizada, precisa ter em mãos. Treinamentos, comprovantes de recebimento de EPIs, documentação trabalhista em dia, comprovante de pagamento e tantos outros. O alto volume é muito desafiador e por isso criamos o sistema GD3, que automatiza esse processo – todo o histórico está lá e há alertas de datas para renovação, bem como um processo bastante claro para validação ou não das informações apresentadas em relação ao trabalhador e à própria empresa contratada”, explica o CEO da Berkan IT, Edson Ubaldo Neto.
O advogado empresarial Henrique Chiummo, do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados, reforça a necessidade de um controle eficiente para a segurança jurídica da terceirização. “Além de dar respaldo ao trabalhador, de que ele está recebendo pelo seu serviço e que está devidamente registrado, cabe à empresa que contrata via terceirização se inteirar e garantir que seja cumprida a lei trabalhista. O contratante tem o dever de fiscalizar e garantir que o prestador de serviço esteja respeitando as normas relacionadas ao trabalho executado”, destaca.
Entre os documentos que o jurista lista como essenciais para acompanhamento mensal estão, por exemplo, o pagamento dos encargos trabalhistas, INSS, e utilização de EPI's. “A falta de pagamento, por exemplo, pode ensejar a responsabilização do contratante”, alerta.
Tecnologia para reduzir tempo e trabalho operacional
Ao desenvolver seu software de gestão de terceiros, a Berkan IT teve como premissa garantir que as empresas contratantes possam ter em mãos toda a documentação atualizada, em poucos cliques. “Hoje a própria empresa contratada sobe a documentação necessária e o nosso cliente só valida. Se precisar baixar todo o histórico de determinado colaborador, contará com a segurança do arquivamento de tudo o que foi solicitado e apresentado”, diz Edson.
Outro serviço que a Berkan IT oferece é a validação da documentação feita por equipe própria de analistas. A união de tecnologia e expertise, segundo o CEO, tem sido um grande diferencial, já que grande parte das empresas sofre com equipes enxutas para um grande volume de trabalho. “Assim, cabe ao nosso cliente apenas parametrizar quais documentações serão exigidas. Não sendo apresentadas ou aprovadas, o trabalhador terceirizado é afastado até a regularização, mitigando riscos para o negócio”, finaliza.
Já Henrique reforça que o modelo terceirizado deve crescer ainda mais nos próximos anos. O setor de serviços atualmente, por exemplo, atende uma parcela de 70% desse mercado. “Isso porque ele pode reduzir uma série de custos para os negócios, mas sem essa organização legal, também traz o risco de judicialização. É essencial a empresa estar preparada e usar ferramentas a seu favor para conferência e manutenção do histórico do trabalhador”, finaliza.