- (12) 3896-5778
- (12) 3896-1064
Produção industrial salta 2,9% em dezembro e cresce 3,9% em 2021
Resultado positivo no acumulado do ano interrompe dois anos consecutivos de queda do setor, aponta IBGE
A produção industrial brasileira reverteu a sequência negativa ao subir 2,9% em dezembro, na comparação com o mês anterior. Com a variação, o setor encerrou 2021 com crescimento de 3,9%, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com os dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal), o resultado positivo interrompe dois anos consecutivos de queda, registrada em 2019 (-1,1%) e 2020 (-4,5%), ano de maior efeito das medidas de restrição para conter a disseminação da pandemia do novo coronavírus.
Para André Macedo, gerente responsável pela pesquisa, o resultado do fechamento do ano reflete a perda de ritmo da indústria no decorrer de 2021. "Houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego", observa ele ao ressaltar que resultados dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada devido à pandemia.
No acumulado do ano, a indústria teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 18 das 26 atividades investigadas, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).
alta no último mês do ano passado surgiu também com uma revisão dos dados de novembro, que agora apontam para uma variação nula do setor. O resultado foi suficiente para reverter a sequência de cinco meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou perda de 3,3%.
O dado positivo, no entanto, não foi capaz de reverter o recuo de 5,8% da produção industrial no quarto trimestre de 2021, ante o comportamento já negativo observado entre julho e setembro (-1,1%), quando o setor interrompeu três trimestres consecutivos de expansão.
"Há os reflexos da pandemia no processo produtivo, como o encarecimento dos custos de produção e falta de matérias-primas, e também, pelo lado da demanda doméstica, inflação em patamares mais elevados e o mercado de trabalho que, embora tenha mostrado algum grau de recuperação, ainda é muito caracterizado pela precarização das condições de emprego, com pagamento de salários menores”, diz Macedo sobre os resultados do segundo semestre.
A perda de ritmo na produção industrial do terceiro para o quarto trimestre de 2021 ocorreu com a desaceleração em todas as quatro grandes categorias econômicas: bens de capital (de 27,2% para 6,4%), bens de consumo semi e não duráveis (de -3% para -8,1%), bens de consumo duráveis (de -17,4% para -22,3%) e bens intermediários (de -1,8% para -4,4%).